Gente, estou abismada!
Os cerimoniais de casamento viraram grandes espetáculos!
Tudo estava perfeitamente programado,
e montado.
Tinha até palco! E como poderia faltar?
Em cada cantinho do salão, um carinho -
colocado metodicamente pela decoradora:
marshmellows, caixinhas de chocolate com cereja,
mini balões em forma de coração,
máscaras venezianas, pulserinhas de neon,
perucas e chapéus coloridos, colares com luzes piscantes,
um DJ e um animador (no palco),
e tantas outras "potchecas",
tantas, estas, que os convidados já não tinham mais aonde pendurá-las.
Ah, sim, e os bem-casados.
Não os noivos, os doces mesmo...
Pronto! Tudo pronto!
O espetáculo estava agradando!
Sorrisos, abraços, bededeiras!
Taças imensas (imensas mesmo) que antes serviam de suporte para as flores - orquídeas e rosas brancas - viraram copos de cerveja em metro, como diziam, orgulhosamente, o noivo e seus amigos.
A noiva? Ah, sim, a noiva estava bonita.
Alguma noiva consegue ficar feia no dia do seu casamento?
O bolo, de marzipan, era só de enfeite.
Só mais um detalhe que fez o espetáculo do casamento
ficar ainda mais perfeitamente organizado.
Tudo num cronograma, rigorosamente seguido e
conduzido pela equipe especializada que havia sido contratada,
E os noivos?
Digo, não um cá, outro lá.
Os noivos, juntos, estavam felizes?
Pois é, talvez estivessem, realizando um sonho,
provavelmente muito mais dela do que dele...
Mas e o amor?
Aquele, do beijo apaixonado,
dos olhares admirados, dos carinhos,
da valsa encantada,
das juras eternas- mesmo sob efeito de algumas taças de champagne ou de cerveja com energético mesmo - do dançar coladinho?
Ah, num espetáculo, onde tudo estava programado para
divertir e estrapolar, não havia espaço para o amor.
Talvez, na lua-de-mel?
É, quem sabe...?
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